"Eu chamo-me John Ford e faço Westerns"
Foi no dia 1 de Fevereiro de 1895 que a pacata Cape Elizabeth, na costa sul do estado do Maine, nos EUA, viu nascer aquele que se viria a tornar num dos maiores,
senão o maior, cineasta da história do cinema.
Seus pais, John A. Feeney e Barbara Curran, ambos irlandeses, conheceram-se e casaram-se no Maine e fruto desse matrimónio tiveram 11 filhos, dos quais John Augustine Feeney (nome pelo qual foi baptizado) foi o último. Aquando do seu Crisma, John mudou o seu segundo nome para Aloysius sendo que, mais tarde, começaria a assinar as suas obras com o nome de John Ford.
Existem 3 possíveis explicações para esta decidida mudança de nome: a primeira sugere que adoptou este nome em homenagem a um homónimo dramaturgo isabelino; a segunda defende que tomou esse nome de um actor que viria a ter que substituir num filme dirigido pelo seu irmão Francis; a terceira remete para o facto de que Ford seria a “americanização” seu nome irlandês, Feeney.
A esta mudança de sobrenome, está inerente a mudança do seu nome próprio, passando a apresentar-se como Jack Ford e, foi exactamente com esta identidade, que se envolveu no Cinema.
Aos 19 anos, Jack Ford foi aceite na Universidade do Maine mas rapidamente a deixou para trás quando o seu irmão Francis, 13 anos mais velho e realizador na Universal, o chamou para ser o seu terceiro assistente, tarefa que realizou entre 1914 e 1917.
E foi precisamente este ano, 1917, que marcou o início da aventura de Jack (mais tarde John) Ford na indústria cinematográfica.
Jack viu-se obrigado a substituir o seu irmão Francis, que sofrera um acidente, e assumiu o papel de realizador. A partir daí começou a sua carreira e o sucesso não demorou a aparecer. Em apenas 4 anos, de 1917 a 1921, realizou uns impressionantes 41 filmes, os quais assinou como Jack Ford.
Em 1920 casa-se com Mary McBryde Smith, com quem tem 2 filhos: Patrick, em Abril de 1921, e Barbara (numa homenagem à sua mãe) em Dezembro de 1922.
O ano de 1921 foi marcante na vida do cineasta.
Foi nesta altura que visitou a Irlanda pela primeira vez e foi também, neste ano, que trocou a produtora Universal Pictures pela Fox.
Mas foi o filme “The Informer” que deu a John Ford o seu primeiro Óscar da Academia.
Vivia-se o ano de 1935 e John Ford já rodava os seus filmes noutros estúdios que não os da Fox, pois o filme que galardoou Ford pela primeira vez foi rodado nos estúdios da RKO. Nesta altura, o cineasta com 40 anos, estava a ficar definitivamente cego de um olho.
No princípio da década de 40, John Ford continua o seu passeio na indústria cinematográfica acumulando sucesso atrás de sucesso. É galardoado com mais 2 Óscares da Academia premiando os filmes “The Grapes of Wrath” e “How Green is My Valley”.
Mais tarde, com a participação dos E.U.A na II Guerra Mundial o realizador é oficialmente convidado para o O.S.S (Office of Strategic Services) no intuito de dirigir o Field Fotographic Branch, cuja missão seria filmar o teatro de guerra. Resultado disto, surgiu o “The Battle of Midway” que deu a John Ford mais um Óscar da Academia, desta vez na categoria de Documentário, que a juntar ao Óscar ganho na mesma categoria em 1943 com o documentário “December 7th”, perfaz um total de 4 Óscares ganhos só na década de 40.
Terminada a guerra, num acto simbólico, a Marinha Americana promoveu Ford ao posto de Contra Almirante.
Em 1952 volta a ser premiado com um Óscar da Academia, o seu sexto e último, para Melhor Realizador com o filme “The Quiet Man”.
O ano de 1966 fica marcado como a data em que John Ford realiza a sua última longa-metragem intitulada “Seven Women”.
Algum tempo depois, os médicos diagnosticaram a John Ford um cancro no estômago, algo que o levou a deixar o mundo cinematográfico, mas não sem antes realizar uma obra em defesa de uma causa que considerava justa mas talvez já perdida, “Vietnam! Vietnam!”, isto no ano de 1971.
Em 1973, o American Film Institute atribui a John Ford o primeiro “Life Achievment Award” e o Presidente dos E.U.A na altura, Richard Nixon, eleva-o ao posto de Almirante ao mesmo tempo que o condecora com a”Ordem da Liberdade”.
A 31 de Agosto deste mesmo ano, John Ford morre, com 78 anos.
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