Wednesday, January 10, 2007

"Eu chamo-me John Ford e faço Westerns"

Apetece-me hoje, abordar um tema diferente. Deixo-vos aqui a biografia do mais premiado realizador norte-americano e que é uma figura marcante e incontornável do género cinematográfico Western. Apresento-vos John Ford. Autor de quase 150 filmes !

Foi no dia 1 de Fevereiro de 1895 que a pacata Cape Elizabeth, na costa sul do estado do Maine, nos EUA, viu nascer aquele que se viria a tornar num dos maiores,
senão o maior, cineasta da história do cinema.
Seus pais, John A. Feeney e Barbara Curran, ambos irlandeses, conheceram-se e casaram-se no Maine e fruto desse matrimónio tiveram 11 filhos, dos quais John Augustine Feeney (nome pelo qual foi baptizado) foi o último. Aquando do seu Crisma, John mudou o seu segundo nome para Aloysius sendo que, mais tarde, começaria a assinar as suas obras com o nome de John Ford.
Existem 3 possíveis explicações para esta decidida mudança de nome: a primeira sugere que adoptou este nome em homenagem a um homónimo dramaturgo isabelino; a segunda defende que tomou esse nome de um actor que viria a ter que substituir num filme dirigido pelo seu irmão Francis; a terceira remete para o facto de que Ford seria a “americanização” seu nome irlandês, Feeney.
A esta mudança de sobrenome, está inerente a mudança do seu nome próprio, passando a apresentar-se como Jack Ford e, foi exactamente com esta identidade, que se envolveu no Cinema.
Aos 19 anos, Jack Ford foi aceite na Universidade do Maine mas rapidamente a deixou para trás quando o seu irmão Francis, 13 anos mais velho e realizador na Universal, o chamou para ser o seu terceiro assistente, tarefa que realizou entre 1914 e 1917.
E foi precisamente este ano, 1917, que marcou o início da aventura de Jack (mais tarde John) Ford na indústria cinematográfica.
Jack viu-se obrigado a substituir o seu irmão Francis, que sofrera um acidente, e assumiu o papel de realizador. A partir daí começou a sua carreira e o sucesso não demorou a aparecer. Em apenas 4 anos, de 1917 a 1921, realizou uns impressionantes 41 filmes, os quais assinou como Jack Ford.
Em 1920 casa-se com Mary McBryde Smith, com quem tem 2 filhos: Patrick, em Abril de 1921, e Barbara (numa homenagem à sua mãe) em Dezembro de 1922.
O ano de 1921 foi marcante na vida do cineasta.
Foi nesta altura que visitou a Irlanda pela primeira vez e foi também, neste ano, que trocou a produtora Universal Pictures pela Fox.

Dois anos depois de ter trocado a Universal pela Fox, em 1923, assina a sua primeira obra como John Ford, o genérico de “Cameo Kirby”.
Mas foi o filme “The Informer” que deu a John Ford o seu primeiro Óscar da Academia.
Vivia-se o ano de 1935 e John Ford já rodava os seus filmes noutros estúdios que não os da Fox, pois o filme que galardoou Ford pela primeira vez foi rodado nos estúdios da RKO. Nesta altura, o cineasta com 40 anos, estava a ficar definitivamente cego de um olho.
No princípio da década de 40, John Ford continua o seu passeio na indústria cinematográfica acumulando sucesso atrás de sucesso. É galardoado com mais 2 Óscares da Academia premiando os filmes “The Grapes of Wrath” e “How Green is My Valley”.
Mais tarde, com a participação dos E.U.A na II Guerra Mundial o realizador é oficialmente convidado para o O.S.S (Office of Strategic Services) no intuito de dirigir o Field Fotographic Branch, cuja missão seria filmar o teatro de guerra. Resultado disto, surgiu o “The Battle of Midway” que deu a John Ford mais um Óscar da Academia, desta vez na categoria de Documentário, que a juntar ao Óscar ganho na mesma categoria em 1943 com o documentário “December 7th”, perfaz um total de 4 Óscares ganhos só na década de 40.
Terminada a guerra, num acto simbólico, a Marinha Americana promoveu Ford ao posto de Contra Almirante.


Anos mais tarde, em 1950, sai da Fox e, juntamente com Merian C. Cooper (produtor do filme King Kong em 1933) formam a sua própria produtora a que deram o nome de Argosy Pictures. É justamente neste ano que pronuncia a famosa frase que lhe ficou célebre e com a qual se apresentava: “Eu chamo-me John Ford e faço Westerns!”.
Em 1952 volta a ser premiado com um Óscar da Academia, o seu sexto e último, para Melhor Realizador com o filme “The Quiet Man”.
O ano de 1966 fica marcado como a data em que John Ford realiza a sua última longa-metragem intitulada “Seven Women”.
Algum tempo depois, os médicos diagnosticaram a John Ford um cancro no estômago, algo que o levou a deixar o mundo cinematográfico, mas não sem antes realizar uma obra em defesa de uma causa que considerava justa mas talvez já perdida, “Vietnam! Vietnam!”, isto no ano de 1971.

Em 1973, o American Film Institute atribui a John Ford o primeiro “Life Achievment Award” e o Presidente dos E.U.A na altura, Richard Nixon, eleva-o ao posto de Almirante ao mesmo tempo que o condecora com a”Ordem da Liberdade”.

A 31 de Agosto deste mesmo ano, John Ford morre, com 78 anos.


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